sexta-feira, abril 30, 2004
Bom, eu n sou mto dada à política. N é mto a questão de gostar ou não, mas é k prefiro não me envolver em grandes discussões k remetam para esse tema!! Mas há alturas em k uma pessoa sente necessidade de não se abster pelo menos uma vez!! E hoje eu não puderia deixar de comentar o quanto achei lamentável e extremamente ridículo a cena que assisti na televisão. E também de dizer k é assim k vejo as pessoas (todas elas) que hoje coordenam a viagem do espaço que habito. Desculpem lá a necessidade da indeferença...ou não!!!
And yet there's nothing special about this place!!

What i wouldn't give to live here. To wake up every morning and see this view. To go out and have this smell. To sit outside and have a thought. To know the places, the people. To go to bed with the music of the waves and they're beats on the sand. Somehow, coming here is not going somewhere out and it doesn't feel like home, at the same time. It's just that i always will come to this place, time after time. And if i'd live here, i'd call it home...!!!

****pincel***
Uma força...uma qualquer explosão que me deixou de rastos, levando tudo consigo e deixando o vazio que de repente me envadiu, sugando cada sonho que habitava cada um dos meios poros, cada uma das minhas veias, substituindo o sangue que há muito se esgotara. Por isso nao sangrei e nao sangro hoje. Porque em mim nao ha sangue, nem suor, nem nada mais que indique a minha suave existência. Só aqueles sonhos...que me trouxeram até aqui e que agora já nem eles me mantêm viva ou por eles me mantenho viva. Que fazer agora que já nada existe? Que já não sinto o calor do asfalto nos meus pés, que já não sinto a água que me afoga me molhar e enrolar numa onda gigante, que já não sinto o toque simples da areia nos dedos, que já não sinto o sentido do respirar. E no entanto sei que continuo ali, de rastos, sei que ainda não me fui embora. Terá sido um carro? Terá sido uma bomba? Terá sido alguém que passou com pressa e me derrubou? Foi sem dúvida um derrubo de alguém que tinha pressa. Uma explosão platónica de raiva, de inúmeras sensações que sinto correrem à minha volta, mas que não consigo agarrar ou sequer sentir, saber quais são. Sinto que o meu mundo pudia acabar ali, naquele momento em que tal força se deu dentro de mim, naquele momento em que aquele auge de tempestades invadiu o espaço e derrubou todo o meu universo de sonhos, que se preparavam para se fortalecer!! Mas não sei se tal mundo acabou, apenas o sinto correr por baixo dos meus pés, mantendo-me de pé. Como diz a minha mana sobre a tua espécie, "também eu gostaria de ter uma parte do meu corpo que não consigo controlar"... eu tenho...mas infelizmente não é a mesma que a tua!!

*****Pincel****
Hoje, subitamente, a saudade voltou a assolar-me.
Hoje, que já não esperava por ela.
Justamente quando me tinha acostumado à inconstância dolorosa da tua ausência.
Hoje, a saudade assaltou-me e tornou-se maior do que o que eu consigo suportar.
Hoje, chamo por ti e sei que não me irás responder.
A saudade permanecerá...
quarta-feira, abril 28, 2004
Sou nada....

Crise de identidade. Não sei mais o que sou e tenho pena de ser como sou. Quem sou, não importa. Nunca importou. Sou nada.
Gostava de ser como tu, pura. Poder olhar-me de frente no espelho sem ter vontade de fugir de mim mesma. Gostava de poder despertar orgulho em alguém. Mas sou nada.
Não me olho, não quero fazê-lo, não me aceito. Escondo-me e, com a cabeça nas mãos, choro. Como se, com as minhas lágrimas, pudesse apagar as tuas. Gostava de poder aplacar a tua dor e proteger-te de todo o sofrimento. Mas sou nada. E quando te digo quão especial és, não acreditas.
A minha impotência conduz-me ao desespero e do desespero passo à loucura. Não me alcanço. O que sou aos olhos dos outros? Sou nada.
Tenho pena de mim mesma, porque não consigo inspirar nada mais que piedade. Sozinha, afundo-me lentamente. À minha volta apenas diviso escuridão, sou envolvida pelas trevas e tenho medo. Descubro que não sou capaz de gritar, não emito um único som. Oiço um murmúrio ao longe, aproxima-se paulatinamente, nada mais que um restolhar, um sussurro em segredo.
Quero dizer-te muita coisa, mas as palavras acanharam-se e refugiaram-se na minha garganta. Aqui, sozinha e perdida, só posso rezar.
Sou nada. Não procuro combater, sou arrastada pelo turbilhão de contradições. Gostava de ser o que tanto almejas, mas algo em mim não o permite. Apercebo-me de como somos díspares.
Estou rodeada de labaredas incandescentes, prestes a devorar-me. E, quando finalmente te encontro, apenas consigo divisar um anjo.
Um anjo que pega no nada que sou, me recolhe nas suas asas e me leva consigo para onde não há o tempo para separar....
terça-feira, abril 27, 2004
Eu sabia que o ia encontrar.
Precisamente naquele dia, naquele local, com aquele ar despreocupado que tanto me fascinou em tempos. Sabia que a amálgama de contradições regressaria assim que ele me furasse com a sua mirada e me obrigasse a vacilar. Sabia que nunca é tarde para me render de novo àquele arrebatamento.
Surgiu do nada e lançou o desafio premente. E, mais uma vez, perdi-me no ardil por ele orquestrado. Mais uma vez, fui seduzida e abandonada.
Hoje, tentando encontrar o meu caminho nas brumas tenebrosas, deparo-me com ele e não digo nada. E novamente eu sei que não há como fugir-lhe.

** Vi **
Sinto que já não pertenço aqui.
Há muito tempo que este espaço ficou apenas preenchido pelas recordações que povoam cada recanto por onde passo. Chega a ser um martírio relembrar tantas memórias acumuladas, mas não consigo evitar evocá-las. Uma parte da minha vida permanece aqui encerrada, dispersa no passado. Os sorrisos, as lágrimas, os encontros e desencontros. Memórias remotas de um tempo longínquo, mas tão marcante. Quero esquecer e não posso.
Olho em volta, procuro abstrair-me do que me rodeia. Sem querer, recuo nas horas, nos dias, nos meses. Volto a saber-me radiante e esperançosa, deslumbrante, deixando um rasto de luz à minha passagem. Volto a encontrar-me contigo.
Quando regresso ao presente, tudo desapareceu. Os sítios são os mesmos, mas já não te vejo e quando olho para mim, sou invisível. Perdida nas minhas lembranças que, de tão nítidas, chegam a doer. Levanto-me e para sempre me despeço. Falta-me a mim partir, abandonar o que, uma vez, edifiquei.
Lá fora espera-me um mundo recheado de surpresas e eu vou ao seu encontro.

** Vi **
quinta-feira, abril 22, 2004
a minha casa é de frente para o mar. kd acordo de manhã, vejo o rio se unir ao oceano.
os carros passam nas minhas costas, mas para mim o barulho da sua velocidade, confunde-se com o barulho das ondas a bater nas rochas junto à costa.
eu n durmo aqui ou ali, na verdade onde vivo está sempre a mudar, a minha casa n é num sitio só!
por vezes, kd passam, as pessoas deixam moedinhas na caixa k fica na porta.
vivo sozinho, mas kd olho para trás, vejo k nem sempre foi axim e permanece na minha memória, repetidamente, o porquê de tudo ter mudado.
kd faz frio, é kd mais sinto a falta de quem já aki esteve, do seu calor. um gole mais serve de cobertor k aquece a memória, então o vicio permanece como calor fisico, como calor mental.
acontece também haver na televisão documentários sobre mim e a minha gente, mas n chegam a transparecer toda a essência k pode haver sobre o k me rodeia.
na verdade, essa é a essência com a qual convivo e, tal como toda a gente, me limito a enfrentar todos os dias a verdade do k sou....um Nobre Vagabundo!!!



"I took a walk around the world to ease my troubled mind
i left my body laying somewhere in the sands of time
i watched the world float to the dark side of the moon
i feel there is nothing i can do...
...she spends her days up in the north park,
watching the people as they pass and all she wants is just a little piece of
this dream, is that too much to ask, with a safe home, and a warm bed,
on a quite little street
all she wants is just that something to hold onto, that's all she needs...
...if i go crazy then will you still call me superman?
if i'm alive and well, will you be there holding my hand?
i'll keep you by my side with my superhuman might kryptonite!!"

"Kryptonite" e "Be Like That"
Leaving and missing”It is a pity that you don’t even remember me, because I remember you like a scar that cells my body to some other love, and turns my feelings into flames that don’t let the most beautiful thing inside of me shine, putting the darkness on fire and closing my eyes to what is true and worthy, and leaving me… not in the dark, not in the pain, not with memories… just leaving me!!!
If you think I have the worst feeling for you… you’re wrong, if you think I only have bad thoughts about us… you’re wrong!! And that’s what is burning: hate?… no, missing!!!


“Acho que já te perdi, acho que já te foste
Acho que já estás de partida, até parece que a tua mão já está na porta
E eu que pensava que este lugar fosse um império!!

Será que soube dar-te tudo o que querias
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que lá longe ainda o céu é azul
ou já o negro cinzento confunde o Norte com o Sul.
Será que a tua pele ainda é macia
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
Será que ainda te posso valer
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer?
Será que amanhã ainda existe para ti
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri?
Será que lá fora os carros passam ainda
ou estrelas caíram e qualquer sorte é bem vinda?
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes?
Será que o sol se põe do lado do mar
ou a luz que me agarra é sombra de luar?
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir?
Será que sabes que te trago na voz
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós?
Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite não quer acabar?
Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra?

Aposto que é difícil te esquecer
Aposto que este quarto já não vai mais brilhar…!!”

“If you’re gone” e “Será”

Um ano... Já?!

Avanço lentamente, movo-me em pequenos círculos. Passos estudados, cautelosos. Quero certificar-me que consigo captar a atenção dele. Detenho-me num ponto estratégico, atravesso-o com um olhar mais cortante que gelo.
Os cabelos, molhados e rebeldes, caem-me em cascata pelas costas, colam-se ao meu corpo, invadem-no. Permaneço em silêncio. Para o descontrolar não preciso fazer nada, apenas aparecer. Hoje é mais uma daquelas noites turbulentas. Prevejo acesa discussão, sei exactamente como iniciá-la.
Posto-me mesmo na sua frente, a nossa pele toca-se ao de leve, estremeço perante o contacto electrizante. Ele quer tocar-me, eu afasto-o. Continuo a repeli-lo até ele me agarrar com força, desusada brusquidão, o corpo a doer-me e eu na minha recusa, não vou gritar. Não lhe darei esse prazer. Deixá-lo pensar que me consegue subjugar, ele gosta tanto da sensação de domínio e posse.
Inclino-me para o beijar, mas não o faço. Mordo-lhe o lábio com força, o sangue brota e começa a jorrar. Corre-lhe pela cara, ele olha-me em fúria, tenta alcançar-me. Inicia uma perseguição por toda a casa, quer roubar-me o meu espaço, limitar os meus horizontes, não sou capaz de suportar semelhante afronta à minha liberdade, asfixio, falta-me o ar, fico possessa, de maneira que agarro numa cadeira e desabo-a na cabeça dele.
Matei-o, penso. Jaz estendido no chão, os olhos cerrados, numa imobilidade assustadora. Nem assim consigo confiar nele, por isso aproximo-me devagarinho, no mais completo silêncio. Toco-lhe ao de leve e eis que ele se ergue de repelão, atira-me contra a parede e eu fico ali mesmo, presa da fúria do trovão que antecede a tormenta.
quarta-feira, abril 21, 2004
Mulheres

Se nascesse outra vez queria ser mulher. Aqui e agora. Num tempo em que nada é completamente fácil nem tudo inteiramente difícil.
Queria ser mulher para reviver uma infância passada e pensada no feminino. Para sonhar os mesmos sonhos. Para me voltar a debruçar no lago dos peixes encarnados e cair dentro de água sem medo de lhes tocar e ficar a nadar com eles.
Não sei o que é ser rapaz e nunca saberei exactamente como pensam os homens e, daí o meu fascínio pelo mundo deles.

Pelas palavras que dizem e pelos gestos que fazem ou omitem. Queria ser mulher também para manter intacto o mistério, para os ouvir e observar mais uma vida inteira.
Sei o quanto sofrem as mulheres do meu tempo. Conheço demasiados segredos e leio demasiadas histórias. Guardo comigo a memória das mulheres épicas que conheci e, também, a das que gostava de ter conhecido. Mulheres que souberam ser maiores num mundo menor. Mulheres capazes do indizível. Mulheres que sofreram sozinhas, que amaram sem ser amadas, que deram sem receber e vivem, um dia atrás do outro, sem nada esperar. Sei de quase todas as suas misérias e adivinho aquelas que nunca se atreverão a contar. Por pudor mas, também, por amor. Choro com elas e por elas mas, mesmo assim, se nascesse outra vez queria ser mulher.

Laurinda Alves (Jornalista)


Foi tão agressivo, aquele sarcasmo, o tom de voz, a postura corporal, intimidou-me de tal forma que me acobardei. Estúpida, não lhe dei a resposta que ele merecia. A minha vontade era pegar-lhe fogo e ficar a vê-lo consumir-se, assistir a tudo com um sorriso nos lábios. Escapou-se à minha ira, mas não por muito tempo.
Há que fazer desaparecer a ridícula pretensão de lhe agradar. Não coopero mais, recuso-me, ele que faça o que quiser, sozinho. Alegro-me por saber que ele está a adoecer novamente. Desta vez não estarei lá para o obrigar a vestir roupa seca e quente, não passarei outra noite em branco com ele às voltas na cama, a tossir, a espirrar, a fungar e sabe Deus que mais. Agora ele pode revolver-se e revirar-se e tossir e padecer e asfixiar. Eu já não estou lá e nunca mais estarei.
Receio que tenhas ouvido o meu medo, que ele tenha sido mais forte que eu, mas não, não o podes ter ouvido, porque estavas só a olhar para mim enquanto procuravas lidar com o meu corpo.
Um encontro inesperado, que me conseguiu animar por instantes. Aquele sorriso, a forma como olhava para mim, todo aquele clima de cumplicidade, quase se conseguia distinguir claramente a tensão sexual que ali pairava.
Como sempre, muito ficou por dizer, mas nem era preciso. O olhar basta quando as palavras sobram. E o dele disse tudo. Ou serei eu que interpreto de forma errónea?
Não, todas as dúvidas se dissiparam depois daquele comentário dele, há uns meses atrás. Ele nunca mo disse explicitamente, porque sabia que eu entendia e partilhava dos seus devaneios. Que o que nós tínhamos, mesmo sendo na teoria, não era proibido mas era pecado. Algo que necessitava ser mantido em secreto, preservado dos comentários alheios. Desconfianças havia, sem dúvida. Nós julgávamos não dar nas vistas, mas a realidade era bem outra.
Até que me afastei e, pelo que deixaste subentendido, sentes a falta.
Queres que eu apareça, que volte, talvez que recomece o nosso joguinho deixado a meio. A vontade é a mesma, as circunstâncias é que mudaram.
Contudo, quando eu quiser e menos tu esperares, volto a povoar as tuas fantasias.
terça-feira, abril 20, 2004
Este próximo post é dirigido ao ivo, da minha escola, a ESCS, só para eu te esclarecer uns últimos pontos da nossa conversa séria.
Primeiro desculpa se te passei essa ideia de k tava chateada por tu tares no “espírito” nessa noite. Não sei , acho k tava pouco condescendente e fiquei um bocado farta pk tu já tinhas falado no “espirito” umas quantas vezes e parecia k era preciso ‘tar tb no “espírito” para o pessoal ficar todo contente por isso é k eu tb mandei aquela boca um bocado à parva!!! Mas, bem… é claro k eu não ‘tava chateada por vocês ‘tarem no “espírito”, pk senão tb n teria contribuido monetariamente, não é? Se eu não quisesse k o pessoal entrasse no “espírito” não teria comprado tb. Por isso por mim era na boa, eu não queria k vocês s sentissem mal, pk não tem nada a ver, cada um faz o k ker e por mim era igual vocês tarem no espírito ou não. Eu é k não tava e tb não kria k o pessoal atrofiasse por cause disso e pareceu-me k tu tavas a atrofiar!!!
Agora há outra questão e essa eu não curti memo nada, k foi kd vocês tavam a contar ao Loures k e usaram expressões como “fumou k nem uma chaminé” e “ fumou k nem uma porca”!!! Epa acho k tiveram memo mal e descurti bué, pk cm já disse por mim era igual vocês tarem a beber ou não por isso não percebi a cena de nós tarmos a fumar. Deu-me prá kilo naquela noite, não sei acho k era outro “espírito” e eu tava mais nesse, nem sei pk, aconteceu! E acho k foram um bocado porcos kd disseram akilo, não tiveram mto bem. Tipo, nem foi bem o k disseram foi mais como disseram (“fumou k nem uma porca”)!!!
Mas caga nisso, também já não é importante!!!!
Bem era só pa acabar de te explicar, só pa tu não pensares k eu kria k tu te sentisses mal, ou os outros, por tarem no “espírito” e pa te dizer k na era preciso pedires desculpa por teres mandado a boca, keu tb mandei a outra do tipo “pó ivo kem não tiver no “espírito” escusa de vir da próxima vez”…tb foi um bocado foleira..xculpa!!! Mas foi fixe na mesma teres pedido xculpa.
E bom.. cm já tou a atrofiar um bocado com as palavas acho k vou ficar por aki…
…cm dix o meu ex-namorado BOAS VIBRAÇÕES pa ti************** pincel
Estou aqui sentada ao frio e o vento fustiga-me. A minha pele já se tornou insensível de tão gélida. E a chuva continua a cair.

Vieste da sombra e ofuscaste-me com o olhar. Envolveste-me nos teus braços e fizeste-me esquecer. Juntos viajámos por praias desertas, cobertas de palmeiras e areia branca, muito fina, sob um sol escaldante. Avançamos pelas dunas, a minha pele queima ao pisar o solo ardente. Apertas-me a mão com força, até fazer doer e beijas-me.

Danço nas ondas, perco-me por entre a espuma, vejo surgir a Lua que traz consigo as estrelas, levando embora um Sol com pena de não poder ficar.
Olho para ti e não sou capaz de falar, não consigo articular uma única palavra, fiquei muda de repente e não sei. Agarras-me pelo cabelo, puxas-me para ti.
Um ímpeto selvagem apossou-se de nós e só existe uma maneira de aquietá-lo.

Cerro os olhos enquanto me murmuras ao ouvido. Palavras soltas, dispersas, que me tocam e subjugam.
Quero-te dizer alguma coisa, mas quando abro os olhos ainda estou aqui, sozinha, sentada à chuva.
Não é a insultar-te que me sinto melhor
Tudo o que te digo já tu sabes de cor
Talvez fosse mais fácil para ti engolir
Se eu me limitasse a sentar e sorrir
Quero descobrir todos os segredos que não te atreves a contar
Com o teu silêncio e evasões só me queres afastar
Tenho convicções e estou ciente do meu querer
Não vou deixar que tu nem ninguém me consigam abater
A minha vida sem ti é cruel e dura
Mas eu continuo na minha, sempre na pura
De ilusões há muito que me libertei
Mas como esquecer-te isso é que não sei
Tanto que me escondes, que não podes desvendar
Dei o meu melhor, a nada te vou obrigar
Estou sozinha e desorientada, perdida nesta luta
Tentando sobreviver num mundo hediondo e filho da puta
Continuo a avançar, liberto a minha voz
Pensar que estou só eu quando podíamos estar nós
Acredita em mim quando te digo que mudei
Vou descobrir a minha essência e o que quiseres que seja,
Serei...............................................
segunda-feira, abril 05, 2004
Observo-o a rodopiar desenfreadamente, tal qual um leão enjaulado. Consigo sentir a raiva dele a crescer, a tomar forma, a pairar sobre as nossas cabeças. A tensão acumulada. Mordo o lábio para sufocar o riso, reprimo uma gargalhada. Não, não posso ceder agora, não lhe posso deixar levar a melhor, quero fazê-lo rabear, contorcer-se, o que eu quero mesmo é entalá-lo e fechar os olhos, de maneira a esquecer.
Perco-me em devaneios, construo uma fantasia absurda e sádica, vejo-me a flagelá-lo, ele a suplicar, a implorar misericórdia, bem que podia chorar baba e ranho que eu ia-lhe passando os lencinhos de papel.
Ouço a voz dele muito ao longe, não respondo, estou ainda perdida na história que eu mesma construí­. Pergunta-me porque sou tão irreflectida, porque não meço as consequências dos meus actos. Tranquilamente, mando-o foder-se.
Gostava de poder explicar-lhe muita coisa, mas as palavras não querem sair, recusam-se a fluir, os pensamentos sucedem-se em desordem. Percebo que não vale a pena, o que eu quero mesmo é o esquecimento, o abandono e aqui onde ninguém nos vê, estou-me nas tintas.

sexta-feira, abril 02, 2004
Odeio-te, a ti e a todos que estão a fazer da minha vida um inferno. Odeio-te porque não te posso amar. Odeio-te simplesmente porque não queres saber de mim, não consegues sentir a imensidão da minha dor nem aplacá-la.
Não estás presente, nunca estiveste. Foste e sempre serás como uma sombra que se atravessou no meu caminho e me tornou no poço árido de ódio que hoje sou. Sou eu que afasto as pessoas com a minha rudeza, não me revelo a ninguém, permaneço encoberta pela tenebrosa obscuridade que envolve aqueles que não aprenderam a entregar-se e confiar em alguém. Eu nem em mim mesma confio.
Até aquela criatura se dignou dirigir-me palavras de ânimo e incentivo, fossem elas sinceras ou apenas mais um dos seus cinismos. E tu? Onde estás quando mais preciso de ti? Já há muito que me habituei à  tua ausência, a nunca te ter por perto quando necessário. E serás realmente necessário? Eu não preciso de ninguém.
Está tudo a acumular-se, a crescer e a multiplicar-se, assim aqui muito dentro de mim, nas camadas mais profundas, e eu tenho a certeza que ainda vou acabar neurasténica. A minha mente prega-me rasteiras a toda a hora, estou degradante, ridícula. Agarro-me a uma palavra de carinho como um náufrago a uma tábua de salvação. E eu precisava tanto que tu fosses essa tábua. Mas eu posso tratar do assunto sozinha. Como sempre fiz. Sozinha.
Odiar-te-ia, se não tivesse que te amar.
Ele a desfiar um montão de histórias da tropa, os outros de volta dele a rirem-se muito, e eu absorta a contemplá-lo, bebendo-lhe as palavras e a recordar aquela fotografia que ele tem na sala, fardado, a fotografia que nos mostrou da primeira vez que fomos àquela casa. Sinto-me vulnerável, já não consigo manter a postura arrogante e defensiva. Conversámos até civilizadamente. E o desejo de posse e de humilhação a crescer em mim. Finalmente, compreendi.
A noite até se passou de uma forma agradável, muita conversa, muitas gargalhadas. Ao fim, um tão grande alheamento. E foi quando, inesperadamente, ele se pôs a falar da cama dele e de como ia dormir bem, porque os gatos iam lá para dentro e era quentinho e mais o raio que o parta, eu já estava a ficar nervosa com o rumo que a conversa estava a tomar e com a plena certeza que ele ia fazer o que quer que fosse para me embaraçar e é justamente nesse instante que ele se inclina todo para mim com um sorriso completamente filho da puta e um olhar cúmplice e luminoso. Deu-me uma raiva tão grande que tive que me morder para não gritar. Só que eu já não estava para me importar, mas é que não estava mesmo, sentia todo o universo às voltas dentro de mim, a sua imensidão no deserto do meu peito, de maneira que permaneci impávida e serena. O louco seria ele, sempre ele.
Revoadas de estonteantes sensações. A presença dele em minha casa, no meu quarto, na cama, em mim. O caleidoscópio a girar cada vez mais depressa e a ajustar-se nas mais diversas situações. Aqueles abraços de que eu gostava tanto. As longas conversas ao telefone. As noites peregrinas rumo ao bar onde ele trabalhava. Sinto raiva de mim mesma por ter sido tão condescendente.
A noite tão fria, o céu estrelado. Porque é que ele não morreu congelado, já que estava com tanto frio? Não vou colaborar, não vou entrar no estúpido joguinho dele nem tomar parte nas suas ciladas. Vou limitar-me a olhá-lo furiosamente como se com esse olhar o quisesse afastar para sempre. Vou-lhe demonstrar que não sou cí­nica como ele, partindo-lhe uma garrafa na cabeça. E depois mandá-lo morrer longe.
Ser eu mesma, apenas.
quinta-feira, abril 01, 2004
Cáustica, é como me sinto. Assola-me a vontande pungente e única de o o corroer, reduzi-lo a fragmentos, dispersá-lo pelos quatro cantos da terra. Destruir a sua existência, roubar-lhe a vida. A plenitude da explosão demolidora a tomar conta de mim. Não sei mais onde me enquadrar na amálgama de pensamentos tumultuosos que é a sua essência.
Estou cansada de me analisar, de dissecar até ao mais í­nfimo pormenor os meus recalcamentos. Não me importo com as consequentes patologias, simplesmente estou-me nas tintas. Desequilibrada até ao extremo. Alcançar o auge, o tão almejado nirvana. Reduzir-me a partículas de luz. E ficar em paz, por fim.
little magic stars
pincel
vi
 
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