E, naquele preciso instante, deixo de lhe falar para sempre e falo-lhe pela primeira vez. As nossas mãos entrelaçam-se, confundem-se, atingem novas dimensões, num misto de fúria e desejo contido. Gostava de lhe dizer muita coisa, mas ele não ouve. Não ouve nunca. O silêncio castrador apodera-se de mim e paralisa-me. A sensação de mover-me, mais do que o próprio movimento. O silêncio. O silêncio incomoda-me. Paira sobre mim, torna-se quase palpável e pesa. Não olho para ti, mas adivinho a lágrima que trazes escondida. E, inexplicavelmente, sinto uma grande vontade de chorar. Desabaladamente, como a criança pequena que sou agora. Indefesa e sozinha num mundo frio que me dá medo. O vazio da condição humana repousa em mim e eu choro, porque não o posso combater. Por entre lágrimas, continuo a querer-te. Abandono o meu corpo cansado às mãos daquele homem. Lucidez? Não. Embriaguez total do espírito, numa tentativa suprema de me esquecer de mim mesma....
*** Vi***
Tive medo. Medo do turbilhao de emoçoes que me fizeste sentir. Receei nao atinar com as palavras, devido ao emaranhado de álcool que me corria nas veias e acelerava as pulsaçoes. E ali, naquela noite perdida no tempo, o álcool falou mais alto que que qualquer espécie de pudor. Olhaste-me. Mas nao me viste, nao como mulher, nao como pessoa, mas apenas como uma entre tantas arruaceiras cambaleantes que nao conseguia despegar os olhos de ti. Julgaste-me à tua maneira, num tribunal sem testemunhas nem jurados, e para sempre me condenaste. Eu, uma ré, impotente nas maos do seu implacável carrasco. Sentença proferida, sem quelaquer hipótese de recurso. Apenas duas noites e nao mais me concedeste uma simples palavra. Idealizei, sonhei, tentei esquecer, abstraí-me. Os meses sucedem-se. Nao posso afirmar que nao tenho saudades. Saudades do que era antes de te conhecer... Ainda a pensar em ti... Vi..... |
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