terça-feira, janeiro 25, 2005
E, naquele preciso instante, deixo de lhe falar para sempre e falo-lhe pela primeira vez.
As nossas mãos entrelaçam-se, confundem-se, atingem novas dimensões, num misto de fúria e desejo contido.
Gostava de lhe dizer muita coisa, mas ele não ouve. Não ouve nunca.
O silêncio castrador apodera-se de mim e paralisa-me. A sensação de mover-me, mais do que o próprio movimento.
O silêncio.
O silêncio incomoda-me. Paira sobre mim, torna-se quase palpável e pesa. Não olho para ti, mas adivinho a lágrima que trazes escondida. E, inexplicavelmente, sinto uma grande vontade de chorar. Desabaladamente, como a criança pequena que sou agora.
Indefesa e sozinha num mundo frio que me dá medo. O vazio da condição humana repousa em mim e eu choro, porque não o posso combater.
Por entre lágrimas, continuo a querer-te.
Abandono o meu corpo cansado às mãos daquele homem.
Lucidez? Não.
Embriaguez total do espírito, numa tentativa suprema de me esquecer de mim mesma....


Tumulto de emoções....

*** Vi***

terça-feira, janeiro 11, 2005
Olhei-te.
Tive medo. Medo do turbilhao de emoçoes que me fizeste sentir.
Receei nao atinar com as palavras, devido ao emaranhado de álcool que me corria nas veias e acelerava as pulsaçoes.
E ali, naquela noite perdida no tempo, o álcool falou mais alto que que qualquer espécie de pudor.

Olhaste-me.
Mas nao me viste, nao como mulher, nao como pessoa, mas apenas como uma entre tantas arruaceiras cambaleantes que nao conseguia despegar os olhos de ti.
Julgaste-me à tua maneira, num tribunal sem testemunhas nem jurados, e para sempre me condenaste. Eu, uma ré, impotente nas maos do seu implacável carrasco. Sentença proferida, sem quelaquer hipótese de recurso.
Apenas duas noites e nao mais me concedeste uma simples palavra.

Idealizei, sonhei, tentei esquecer, abstraí-me.
Os meses sucedem-se.
Nao posso afirmar que nao tenho saudades.
Saudades do que era antes de te conhecer...

Ainda a pensar em ti...


Vi.....
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vi
 
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