Ainda não consegui decidir se somos dois anões ou dois gigantes num mundo pequenino. Que estranha analogia, penso, e sinto-me contente por estarmos aqui, tão cúmplices um do outro, a conversar animadamente como em tempos fazíamos. Talvez possas regressar ao meu presente, mas de um modo que não me perturbe, de um modo em que consigamos coabitar tão saudavelmente que só nos dá para rir às gargalhadas e o resto do mundo que se volte de costas se não quiser assistir. terça-feira, junho 26, 2007 Não lhe digas... Pornográfica, é o que me apetece ser ao evocar o nosso fim-de-semana, pornográfica depois de ter sido quase apontada como sendo virgem, tanto era o meu pudor. O meu (in)consciente não queria que as coisas acontecessem, se precipitassem até ao momento do inevitável, em que mente e corpo cedem a um mesmo pensamento, a uma única vontade. E acabou por acontecer tudo tão espontaneamente, com se fosse a coisa mais natural do mundo, a única plausível de suceder, nada mais que não fosse aquilo faria sentido. E sempre o medo que ele me volte a fazer sentir. O medo que algo possa correr de forma inesperada e diferente que venha quebrar todas as minhas teorias e convicções. E logo o medo posto de parte, num ápice. Quero viver e viver é senti-lo aqui e agora, a meu lado e dentro de mim. Viver é sentir o suor que escorre pelos nossos corpos. Viver é fumarmos juntos este cigarro enquanto a gata se passeia sobre as nossas pernas nuas. Viver é observar as suas mãos a desbravarem o papel tal como momentos antes desbravavam o meu corpo, ver os desenhos a surgirem como que por magia. Se calhar até gosto um bocadinho. Mas não lhe digas... terça-feira, janeiro 09, 2007 O meu demónio Tanto tempo calada que mesmo estes escassos minutos de diálogo foram revigorantes, esta presença sentada á minha mesa, em frente a mim,a descobrir-me um sorriso. E estava em jogo a morte, a querer sobrepor-se á vida, a querer arrastá-la para o sítio de onde jamais se retorna. Como contabilizar os instantes em que estiveste como que adormecido, os sentidos suspensos, numa indecisão paralisante, numa luta renhida contra o próprio tempo?Afirmas nada ter sentido, foi como uma pequena morte chegada demasiado cedo, congelou-te para depois te devolver a vida que te quis roubar. E agora eis-te de novo aqui, tão perto que basta estender um braço para que te possa tocar, tão vivo que quase posso adivinhar-te o bater do coração, tão presente que tremo só de te evocar. Esqueci-me de tudo o que me aflige, esqueci-me do que me trouxe aqui e acabei por ficar muito quieta, com o sorriso que me descobriste, vendo-te atravessar a porta, tão cheio de vida que foi quase como ter-te de novo dentro de mim, quando ambos fechávamos os olhos e nada mais existia. Agora, a minha boca voltou a selar-se e não o lamento, deixei de sentir medo e por instantes perdi o horror á solidão. O demónio voltou. domingo, dezembro 31, 2006 Contraditório "Sei o que é certo e aprovo, mas escolho o oposto" Como é possível uma só pessoa provocar tantas e tão distintas sensações. como é possível apetecer-me esventrá-lo e arrancar-lhe as vísceras com as minhas próprias mãos para, no instante seguinte, continuar todo este jogo de gato e rato. Afinal, o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença. terça-feira, outubro 31, 2006 A leveza e o peso O peso da solidão. Ou será a leveza? Quando nos sentimos ocos, deveríamos experienciar a leveza. Mas é o peso que predomina. O peso da angústia, do desalento, da frustração. O peso do vazio. sexta-feira, março 03, 2006 Voltarei... mas não agora... Ainda não fui capaz de encontrar as palavras certas, se é que elas existem. Ainda não me sinto capacitada para transmitir o que quer que seja aos outros, se eu própria duvido da minha capacidade de sentir. Acho que já não sinto nada. "Será que eu estou trancada aqui dentro?" quinta-feira, novembro 17, 2005 Eu... quem? Não se pode ter saudades daquilo que nunca se teve. Não é possível reencontrarmos quem nunca vimos. Não se consegue conhecer quem não tem a capacidade de se entregar. E eu... eu olho-me e não sei quem sou. A minha identidade mistura-se, confunde-se. Quem é esta gente, este mar de rostos que olham, falam, vivem? Quem sou eu para que me questione, para que chore e que te ame? Desconheço a imagem que o espelho me devolve. Imagino-me transparente, talvez assim fosse mais fácil atingir a minha alma. Estou cansada de entregas superficiais, o que eu procuro é o absoluto, o que eu quero é que me façam sentir. Um frágil amontoado de nada. Não mais espero que a felicidade advenha do que me rodeia, o vazio caótico que só acarreta a desilusão. A harmonia terá que partir de mim mesma, mas eu... quem sou eu? Onde me escondo? Como poderei chegar aos outros se não me alcanço? "Eu vejo-me e estou sem mim Conheço-me e não sou eu." |
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